Tribute to Ayrton Senna

by journalist Bruna Pickler (cover photo credit: reproduction)


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(de uma jovem geração de fãs)

Este texto foi concluído em 6 de Maio, mas só foi tornado público em 20 de Outubro. Não sofreu alterações, para que a originalidade fosse preservada. Foi escrito de forma original em idioma Português do Brasil.

 

Tributo a Senna

 

Sou de uma geração que se acostumou com os finais de semana contendo a família em casa e de, não raro, ouvir a música de Ayrton ecoar pela casa. 

Por mais incrível que pareça, eu tinha apenas 3 anos (quase 4) mas lembro daquela presença em nossas televisões.

Da música, da garrafa. E dos troféus. Lembro como se fosse ontem o exato momento em que me foi dada a informação (pela minha mãe) de que Ayrton tinha sofrido um acidente fatal. E que não iria mais haver corridas na televisão. 

 

Eu era apenas um bebê. 

 

Não compreendia essa história de “partir” – e talvez até hoje não compreenda.

Lembro também de onde eu estava quando recebi a informação. Onde uma criança de 3 anos poderia estar? Brincando no parque de crianças. Era aniversário de uma vizinha. Ainda tenho a fotografia, que tiramos, todas as crianças daquela festa. Mas toda vez que olho para a foto analógica, depois de tantos anos, eu lembro da exata data da fatalidade. Em uma foto em que não consta escrita data alguma, eu sempre me lembrarei que dia era. 

 

Eu era apenas um bebê. 

 

Mas hoje, passados mais de 20 anos e tendo sido, posteriormente àquela foto, graduada e obtido mestrado em comunicação, me sinto no dever de explanar sobre a minha relação com o evento. 

Em 2018, logo após conclusão de minha tese de mestrado, que defendi no ilhéu de Macau, Sul da China, iniciei pesquisa independente sobre o mundo do automobilismo que por tantos anos deixou de pertencer ao meu mundo. 

Foi então que descobri um mundo que era até então censurado a mim. Foi a primeira vez que na qualidade de jornalista revisitei os arquivos visuais da data, e da carreira. Incomensuráveis feitos do herói daquele bebê de 3 anos. Tendo eu mesma me aventurado em esportes desde 2017, tenho como minha principal referência de imagem e sobre quais são os limites (ou a ausência de limites) de um ser humano. 

Será eternamente lembrado por todos.

6 de Maio de 2019

 

(English version is a transcript)

 

(from a young generation of fans)

Prologue

This text was completed on May 6th but was only made public on 20 October. It suffered no changes, so that the originality could be preserved. It was originally written in Brazilian Portuguese.

 

Tribute to Senna

 

I am from a generation that got used to the weekends containing the family at home and, often, hear “Ayrton’s music” echoing through the house.

As surreal as it may seem, I was only 3 years old (almost 4) and I remember that intense presence in our TVs.

I remember the music, I remember the bottle. And the trophies. I remember as if it were yesterday the exact moment I was given the information (for my mother) that Ayrton had suffered a fatal accident. And that there would be no more races on television.

 

I was just a baby.

 

I did not understand this story of “leaving” – and perhaps even today I do not understand.

I also remember where I was when I received the information. Where could a 3 year old kid be? We the kids were playing in the park. It was a neighbor’s birthday. I still have the photo. A photograph we took in which all the children of that party are smiling. But every time I look at the analog photo, after so many years, I remember the exact date of the fatality. In a photograph which do not carry any date written, I will always remember what day it was.

 

I was just a baby.

 

But today, after more than 20 years after that photograph, I am graduated and obtained master’s degree in communication, for so I feel the need to explain my relationship with the event.

In 2018, after completion of my master’s thesis at the islands of Macau, South China, I started independent research on the world of motorsport that for so many years has ceased to belong to my world.

Then I discovered a world that was previously censored to me. It was the first time that I, as a journalist revisited the visual archives of that date, and of Senna’s career. Incommensurable deeds of that 3-year-old baby’s hero. Myself having had ventured in sports since 2017, I have the Brazilian Ayrton Senna as a reference of image and of what are the limits (or lack thereof) of a human being.

He will be eternally remembered by all.

May 6th, 2019